30 agosto 2006

Breve numa academia perto de você

Novas configurações sócio-culturais mudam a velha perspectiva de que academia e mercado são mundos à parte.

Após todo o primeiro semestre de licença, retomei minhas aulas no curso de publicidade da Universidade Católica, na única disciplina que tenho tempo de ministrar: propaganda audiovisual 2. Como qualquer pessoa que teima em fazer zilhões de atividades ao mesmo tempo (comecei também, aliás, a minha especialização em cinema, aguardem novos textos, sempre espero mais constantes), continuo diluindo meu foco, tempo e energia em outras coisas também. Tanto que já desisti de me desculpar pelo meu descaso constante com este espaço – minhas escusas já devem ser consideradas eternas, enfim, whatever...

Anyway, de volta às aulas. Na apresentação da disciplina às novas turmas, reforcei o discurso que venho insistentemente defendendo já faz algum tempo, sobre a necessidade de repensar a comunicação contemporânea, as relações de mercado, os formatos convencionais de mídia e et cetera et al (e tal). É um primeiro choque necessário a estabelecer uma postura crítica não apenas em relação ao conteúdo passado em sala de aula, mas sobretudo na questão de visão do próprio mercado que, sim, está mudando, muito, rápida e inevitavelmente.

Acompanhando estas mudanças e refletindo acerca de como o trabalho em comunicação vai terminar tendo que se comportar diante delas, venho pensando que a solução está em pesquisas; não como se costuma conceber no mercado estabelecido, com objetivos de rastrear segmentos de mercado, gostos de faixas etárias específicas ou aceitação do produto x, y ou z. Falo de pesquisa de linguagem mesmo, possibilidades e potencialidades de comunicação desses novos meios que estão tomando cada vez mais espaço.

Aí coincidiu que, outro dia, dei de cara com um texto do Silvio Meira sobre pesquisa cooperativa – aquela feita entre as instituições acadêmicas (que teriam o know-how e o ambiente propício para não apenas coletar informações, mas pensar e tirar conclusões sobre elas) e as empresas (que teriam o interesse de mercado, algum capital para patrocínio e a possibilidade de aplicação prática do conhecimento produzido).

Parece um caminho meio que inevitável, finalmente. Se por um lado tem faltado um certo pragmatismo por parte dos centros de pesquisa acadêmicos (historicamente falando), por outro, falta consistência e durabilidade em certas práticas de mercado, sobretudo nessa parte de novos meios de comunicação e entretenimento, que é onde posso opinar, enfim. Acho que muito da efemeridade de certas tendências e meios advêm dessa falta de otimização de alguns dos meios. Talvez estudos aprofundados e objetivos de linguagem possam permitir que as potencialidades sejam exploradas ao máximo.

De toda forma, compreender os mecanismos de comunicação envolvidos nesse processo todo é compreender um pouco do ponto está o pensamento humano. Ou suas diversas correntes, estilos e aspectos. Meu próximo post que, pasmem, sai ainda esta semana, deve tocar no assunto. Aguardo desde já contribuições.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

você conhece o www.overmundo.com.br?

blog é coisa do passado, nesse overmundo você tem muito mais contato com pessoas de outros estados e talz... e pessoas até mais interessantes em discutir o que você ta propondo, do que a lista de emails que você avisa sempre que tem post novo.

3:39 PM  
Blogger Leo Falcão said...

E o que não é coisa do passado?

Bom, preferia que vc se identificasse e apresentasse argumentos mais consistentes propondo uma mudança. Senão vira a mesma abordagem efêmera que eu criticava no texto -- aliás, você leu?

Vamos nos falando. Um abraço,

L

4:19 PM  
Blogger Me said...

:)
Blog tem dessas coisas. Aliás, a internet já é um lugar de tanto anonimato que acho que identificar-se como anônimo chega a ser uma redundância. Somos tanto e ninguém por aqui, ou somos, aqui, o que quisermos, mas desde que tenhamos argumentos consistentes para sustentar a máscara.
Ah, eu não li o texto [ainda]. Entrei pela janela, mas vou passar, agora, pela entrada principal.
Beijo.
T.

7:17 PM  
Blogger Me said...

Léo, tá faltando um lugar no teu último parágrafo. Um "onde". Que falarás do pensamento humano, esse quase entrelugar? Se a semana não esticar a um mês...
:)

8:51 PM  
Blogger Leo Falcão said...

Ah, sim, tem razão, faltaria um "onde" ou um "em que", que estilísticamente prefiro.

Valeu o toque, little queen...
Beijos,

L

9:13 PM  
Blogger Leo Falcão said...

Errata em relação ao meu comentário anterior: "estilisticamente" sem acento no segundo i.
E isto faz deste post o que contém o maior número de comentários próprios.
Hasta,
L

9:33 AM  
Blogger Me said...

Ah, eu tb! Prefiro os "em que" aos "onde", estilisticamente ou estilísticamente (en español, que sea!).
Besitos,

11:01 AM  

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